28 de julio de 2011

Observación

En el patio de casa, al solcito de la siesta, con un espejito me miro la espalda. Tengo rayones de lapicera negra. Uno. Dos.

26 de julio de 2011

Rom: a beleza é

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Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
pergunto a mim própio devagar
por que sequer atribuo eu
beleza às cousas.

Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
e existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das cousas: são belas?

Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras do homens
perante as cousas
perante as cousas que simplesmente existem.

Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!


Alberto Caeiro

18 de julio de 2011

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